Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças!
Domingo, 6 de Janeiro de 2008
O baralho do Tó
O Tó era um rapazote do secundário que, um dia, conseguiu entrar numa sexy-shop, talvez graças a ter um físico bem desenvolvido e já uns laivos de barba a despontar.
De lá trouxe uma coisa baratucha mas que servia para atestar que entrara no “Paraíso do sexo”, não fosse a rapaziada desconfiar: um baralho de cartas.
Eram quarenta cartas e no verso, cada uma tinha a foto de uma jovem nua e em pose provocatória. Eram quarenta fotos, portanto o baralho só servia para exibir.
- Ó malta! Venham ver o meu baralho! – disse, mal encontrou um grupo de amigos e amigas.
- Mas eu quero lá saber do teu baralho! – retorquiu um – Eu tenho um que me chega muito bem.
- Ó meu desalmado! Então tu queres mostrar o teu baralho aqui junto de mim e destas meninas tão pudicas? – inquiriu, com um sorriso, uma colega.
- Não gozem! Arranjei este baralho no “Paraíso do sexo” – disse, ufano, o Tó.
- Mas tu não tinhas baralho? – atirou o Joca deixando todos a rir à gargalhada,
- Ora mostra lá o teu baralho! – pediu o Becas.
- Xiii...este agora virou! – ouviu-se.
Mas, pouco depois, estavam as cartas a passar de mão em mão ao som de comentários brejeiros e que me inibo de reproduzir para não ferir os sentimentos dos leitores mais sensíveis.
E durante alguns dias o baralho do Tó foi fonte de gozo e diversão.
Mas, um dia, ao chegar a casa, o Tó viu que não tinha o baralho.
Deprimido, contactou vários amigos:
- Ó pá! Perdi o meu baralho... – lastimou-se.
- Como? Agora não tens baralho? Ó que grande porra! – inquietou-se o Zé.
- Tás lixado, meu! E agora como é que vais viver sem baralho? – interrogou a Ana – E melhor não falares muito nisso.
- Mas eu quero recuperar o baralho e se não disser que o perdi ninguém me ajuda a procurá-lo – argumentou o desesperado Tó.
- Olha! Vai comprar outro baralho ao “Paraíso do sexo”. Até pode ser que tenham lá um maior... – alvitrou o André.
- Sem baralho vais jogar ao viradinho? – troçou a Sofia.
Até numa aula de Matemática, perante o mais sisudo dos professores, o Jocas não se coibiu de dizer:
- Ó setôr! O Tó perdeu o baralho.
O mestre nem levantou os olhos e retorquiu por entre dentes:
- Pode ser que fique menos baralhado com os números.
Mas, ao fim de dois dias, como que miraculosamente, o Tó viu o baralho dentro da sua mochila.
- Ó malta! Já tenho outra vez o baralho! – gritou
- Ainda bem! Agora já podes pedir namoro à Sandra – ouviu-se uma voz.
A verdade é que, de novo com o baralho, o Tó voltou a ser o moço alegre e brincalhão que sempre fora.
O que nem ele nem ninguém jamais souberam foi que tinha sido a Sandra quem lhe surripiara o baralho para poder brincar com ele à vontade.


publicado por António às 23:33
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De leonoreta a 9 de Janeiro de 2008 às 20:14
ola antonio
que grande ruido á volta de um baralho, mas eu compreendo. ha uns 30 anos ofereceram-me um puzzle de 500 peças com meio cetimetro cada uma. era tão pequeno que o trazia no meu estojo dos lapis.
roubaram-me e ficarei sempre com esse desgosto.
coitado do tó.
beijinhos


De António a 9 de Janeiro de 2008 às 21:54
Mas o Tó recuperou o baralho, querida Leonor!
ihihihih

Beijinhos


De leonoreta a 12 de Janeiro de 2008 às 20:38
tá bem. recuperou o baralho. mas quantas vezes me falam de alhos e eu lembro-me de bugalhos?
nao é por causa disto que estou aqui.
entao ainda te deste ao trabalho de meter codigo novamente para um segundo comentario la no sitio so para corrigir uma palavra?
livra! nao era eu que fazia isso!.
beijinhos


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