Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças!
Quarta-feira, 19 de Março de 2008
Este parte, aquele parte... (II)

Este parte,
Aquele parte,
E todos, todos se vão...


Escolhi os primeiros versos do poema de Rosália de Castro que, musicado por José Niza e cantado por Adriano Correia de Oliveira se tornou famoso em Portugal com o nome de “Cantar de emigração”, para título de posts que dedique a amigos que me vão deixando, numa viagem sem retorno.

Até ser eu a partir...

O Max era uma personalidade invulgar.

Conheci-o em Fevereiro de 1974 quando cheguei à messe dos oficiais da Armada, em Luanda.

Era o oficial da Reserva Naval mais conhecido em Angola.

Era mais velho 3 anos do que eu, licenciado em Direito e já divorciado.

Dependia do Comandante Naval da então província ultramarina e era o responsável pelas questões jurídicas.

Inteligência brilhante, raciocínio veloz, competência técnica, boa disposição permanente, grande conversador, capacidade de liderança, enorme sociabilidade e sem papas na língua.

Estas eram algumas características que mais ressaltavam nesse jovem razoavelmente alto e bastante magro, olhar vivo, amigo do amigo, esquerdista, solidário, fanático da justiça e da honestidade.

Também havia quem dele não gostasse…mas não se pode agradar a todos!

Convivi muito com ele até ao seu regresso a Lisboa em 1975.

 

Só o voltei a encontrar num verão (talvez o de 77 ou 78) em Caminha.

Dizia ele, com a sua graça habitual:

“Vim apreciar o Minho e encontrei-o descaracterizado. Só se vêem as horrorosas mesons cheias de fenetras dos emigrantes”.

Mas, cá de longe, acompanhei a sua brilhante carreira nomeadamente como Procurador-geral da República (adjunto) e como o primeiro Inspector-Geral da Administração Interna.

 

O António Henrique Rodrigues Maximiano nasceu em 26 de Setembro de 1946 e faleceu no dia 16 de Março de 2008, de doença prolongada.

 

Jamais te esquecerei, Max!



publicado por António às 15:26
link do post | favorito

De Maria a 21 de Março de 2008 às 01:46
Gostei da historia (como sempre)
E achei piada, em fevereiro de 74 eu tambem circulava por uma messe em Luanda mas era mais a messe dos sargentos da Armada


Comentar:
De
 
Nome

Url

Email

Guardar Dados?

Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.

Comentário

Máximo de 4300 caracteres



Copiar caracteres

 



O dono deste Blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Mais sobre mim
Maio 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30
31


Posts recentes

Este parte, aquele parte....

As fotos de 21 de Maio de...

O 21 de Maio de 2011

O meu terceiro livro (IV)

O meu terceiro livro (III...

O meu terceiro livro (II)

O meu terceiro livro (I)

É dos carecas que elas go...

Três meses depois...

As fotos de 15 de Maio de...

Arquivos

Maio 2013

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Outubro 2010

Agosto 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Outros blogs
Pesquisar neste blog