Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças!
Sexta-feira, 15 de Outubro de 2010
É dos carecas que elas gostam mais

No verão de 2008 pareceu-me que estava a ficar com o cabelo, na zona frontal acima da testa, um pouco rarefeito.

Habituado a tantos anos de uma bela cabeleira, quer castanha escura quer, mais tarde, progressivamente grisalha, resolvi informar-me junto de um farmacêutico sobre algum produto que evitasse a queda do cabelo.

Recomendou-me a fricção com um líquido contido em ampolas, marca Dercos, da Vichy. Portanto, de uma linha de cosméticos e não um medicamento.

Fiz o tratamento e depois passei a usar com frequência um champô da mesma marca.

E, graças ao produto ou a um diagnóstico errado da minha parte, deixei de notar a eventual queda do cabelo.

 

Recentemente, no verão de 2010, notei novamente a mesma rarefacção capilar e no mesmo local da cabeça.

Resolvi fazer o tratamento Dercos mas, pouco tempo depois, pareceu-me que o espaçamento entre cabelos estava a aumentar.

Concluí que, desta vez, o tratamento Dercos não resultara.

Como sabia que era possível evitar a queda do cabelo (embora não fazê-lo nascer onde ele já desaparecera), falei com algumas pessoas que me recomendaram vários produtos. Um tanto baralhado, decidi fazer aquilo que era lógico e devia ter sido a minha primeira acção: ir a um dermatologista.

E assim, em finais de Setembro, fui eu falar com um médico que me mandou fazer umas análises ao sangue e tomar um comprimido por dia de Fonix. Saí do consultório todo satisfeito. Não ficaria careca nos próximos anos se o medicamento resultasse.

 

Dando uma olhadela com a memória pelos meus antepassados consanguíneos, pude observar que, do lado materno, as calvas existentes de que me lembrei eram de parentes por afinidade.

Do lado paterno, os loiros, como os meus três tios, começaram a ficar carecas pelos quarenta anos, precisamente na zona onde eu notei a modificação em mim; mas os de cabelo escuro, como o meu pai, só começaram a ter perda muito perto dos sessenta anos e ficaram sempre com algum cabelo até à morte.

Imaginei que estaria mais perto da linha do meu pai.

 

No dia seguinte à consulta médica encontrei um antigo colega de trabalho, o Ricardo, a quem falei no assunto. Ele, apesar de ter só trinta e seis anos, já dava mostras de ligeira calvície e disse-me:

- Não use esse produto porque tira o tesão!

E contou-me a conversa que tivera com a dermatologista que consultara. O medicamente era similar (mas numa dosagem vinte por cento inferior) a um outro utilizado no tratamento da próstata.

E mais me disse: que já usara o Fonix e sentira redução da libidus e mesmo da potência sexual. Parara logo a toma desse remédio que tinha um tão pouco interessante efeito secundário.

- Bolas! Mais vale careca que impotente! – disse eu.

E decidi não tomar mais nenhum comprimido para além do que já ingerira.

Chegado a casa, fui ler a bula que referia essas consequências mas sem dramatizar e indicando mesmo que isso só acontecia com um em cada cem utilizadores.

Resolvi ir novamente ao dermatologista para me esclarecer.

Claro que concluiu, como eu já o fizera, da impossibilidade de eu o usar. Não porque os efeitos referidos fossem significativos, mas porque eu já tinha o Fonix gravado no cérebro como medicamento maldito.

Decidiu receitar-me o Minox 5, um produto líquido que deveria utilizar para massajar todas as noites as zonas do couro cabeludo mais vulneráveis.

E assim fiz…

Quanto aos resultados… irei vendo quais são com o decorrer do tempo.

 

Uns dias mais tarde fui ao meu urologista para a consulta semestral de controlo da próstata.

Naturalmente que lhe falei no Fonix. Disse-me que o efeito sobre o comportamento sexual era mínimo mas, e como eu já pensara, que tinha um efeito mais gravoso: provocava a descida do PSA e os resultados das análises que faço a cada seis meses viriam falseados.

 

E assim acabou a história do Fonix.

 

Resta saber o que acontece com a utilização do Minox 5.

Uma coisa é certa: se resultar, muito bem; se não resultar, não vou usar mais nenhum produto para prevenir a queda do cabelo e deixarei que a natureza actue a seu bel-prazer.

Afinal não se diz que “é dos carecas que elas gostam mais”?



publicado por António às 14:49
link do post | comentar | ver comentários (25) | favorito

Mais sobre mim
Maio 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30
31


Posts recentes

Este parte, aquele parte....

As fotos de 21 de Maio de...

O 21 de Maio de 2011

O meu terceiro livro (IV)

O meu terceiro livro (III...

O meu terceiro livro (II)

O meu terceiro livro (I)

É dos carecas que elas go...

Três meses depois...

As fotos de 15 de Maio de...

Arquivos

Maio 2013

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Outubro 2010

Agosto 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Outros blogs
Pesquisar neste blog