Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças!
Terça-feira, 3 de Junho de 2008
Afinal...eu escrevo mal!

Como os meus leitores mais assíduos já se devem ter apercebido, escrever para blogs é algo que já não me estimula.

Resolvi tentar publicar um primeiro livro de contos que incluiria vinte e três, ou seja, cerca de metade das Histórias Curtas que aqui fui deixando.
Na verdade, nunca me tinha passado pela cabeça publicar um livro. Mas desde que, mais ou menos por acaso, criei o blog em Fevereiro de 2005 e fui produzindo de forma intensa e aplaudida, acabei juntando bastantes textos que, na minha opinião, poderiam dar uns cinco ou seis livros. E se publicados em papel ficariam guardados de uma forma mais nobre e ainda render algum dinheirinho.
Há poucos meses recebi um e-mail da Papiro Editora e aproveitei para lhes propor a edição do tal livro de contos.
Eles mal devem ter lido o material que lhes mandei, mas imediatamente se mostraram interessadíssimos em publicar obras de tão grande qualidade (a adjectivação é deles).
A conversa cheirou-me a esturro e, depois de receber e clarificar a proposta leonina que me fizeram e que implicava que eu adquirisse quasi metade da edição ou que arranjasse patrocinadores que o fizessem por mim (estes poderiam vender os livros que comprassem com lucro de 30% e eu não via nem um cêntimo – e ainda apresentar as despesas no IRC ao abrigo da lei do mecenato), e após ter efectuado diversos contactos, concluí que deveriam procurar outro para vigarizarem.
Não estou obcecado por publicar para poder dizer ao mundo que publico livros. Não gosto dessas vaidadezinhas que vão alimentando os mercadores de letras.
Acabei por rejeitar a proposta deles, obviamente, pois ainda me recordo do significado de uma palavra que o meu pai me ensinou: dignidade!
Entretanto propus a publicação da mesma colectânea à Edium Editores, uma pequena empresa da zona.
O seu proprietário, o Sr. Jorge Castelo Branco, respondeu-me ontem dizendo que os meus textos não tinham qualidade para serem publicados.
Confesso que fiquei um tanto abatido, até pela forma pouco agradável como o senhor, certamente um intelectual de gabarito, me respondeu, tanto mais que já vi livros editados por ele que são absolutamente intragáveis.
Mas os verdadeiros intelectuais são assim mesmo: tem de se diferenciar da populaça, dos que gostam de ler coisas simples e claras.
Conclusão:
Vou desistir?
Ainda não!
Como não quero fazer edição de autor porque acho que isso é também um sintoma de vaidade, vou bater ao ferrolho de outros editores.
Tenho tempo!
Se aparecer algum que goste do que escrevo e queira apostar e arriscar em mim, óptimo.
Se não aparecer nenhum, então deixarei o meu espólio literário a esvoaçar rasgado em mil pedaços…
 
Nota
Se alguma pessoa que ler este desabafo me quiser indicar as coordenadas de um ou mais editores de textos de ficção em prosa, nomeadamente da zona do grande Porto, ficarei muito grato.


publicado por António às 22:14
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41 comentários:
De António a 9 de Junho de 2008 às 12:34
Minha querida!
Nunca ouviste dizer que quem ri por último é quem ri melhor?
Atendendo ao número cada vez maior de pessoas que escrevem e querem publicar, cada vez há mais novas editoras...é uma questão de encontrar uma que tenha à frente pessoas com categoria e sentido de negócio, porque há coisas que, se bem trabalhadas, vendem muito mais do que se pode imaginar.
Mas tu sabes como é o empresariado português, não sabes?
Ainda agora está a ocorrer um lock-out (portanto, uma ilegalidade) por parte de um sector dos empresário de transportes: quando estão à rasca, em vez de resolverem os seus problemas vão pedir dinheiro ao Estado, ou seja, de todos nós)

Beijinhos


De Paula Raposo a 9 de Junho de 2008 às 12:37
E a questão é que tu não escreves mal!! Beijos.


De António a 9 de Junho de 2008 às 12:43
Eu sei que não sou o Eça, nem o Aquilino, nem o Lobo Antunes.
Mas também sei que o que escrevo é do agrado das pessoas que apreciam leituras simples e escorreitas.
Os intelectualóides, esses não gostam...eu já o sabia!

Beijinhos


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